Categoria: Palestra
Carga Horária: 2h
Palestrante: Ma. Bruna Benning
Com
o término da II Guerra Mundial e início da Guerra Fria, tornava-se mais
evidente – principalmente no bloco capitalista – a formação de uma mentalidade
em que a liberdade de consumo estava associada às propagandeadas ideias de democracia,
progresso e modernidade. Sob o discurso do desenvolvimento, a crescente
presença de multinacionais no país e a disseminação de produtos
industrializados contribuíam para consolidar esta influência de pensamento. Ao
mesmo tempo, a publicidade construía representações e imperativos que induziam
os indivíduos para a prática do consumo como forma de adquirir valores
“modernos” em oposição a uma situação “tradicional”. Elegendo os leites
enlatados como objetos referenciais e analisando tanto a opinião médica,
através de entrevistas gravadas com pediatras que atuaram no período, como o
comportamento feminino, sugerido pelas propagandas de jornais e revistas da
época, percebeu-se como frequentemente produtos são absorvidos como dados
culturais, tornando o seu consumo, muitas vezes, um problema de grande
amplitude. Ao utilizar como cenário o Recife dos anos 1950/1964, que abrigou
desordenadamente um grande contingente populacional atraído pelos mesmos ideais
de progresso, observaremos as graves consequências nutricionais da diminuição
da amamentação que, agindo sobre a realidade social, elevou os índices de
mortalidade infantil na cidade, principalmente entre as famílias mais pobres,
em virtude do êxodo de milhares de bebês para os bicos das mamadeiras. Espera-se,
portanto, que este estudo contribua para uma atitude mais responsável em
relação à forma como percebemos o consumo.
INSCRIÇÕES: Gabriela Borba: (81) 9645 4643 ou Sílvio Cadena: (81) 9774 3955